Cirurgia Robótica

A cirurgia robótica surgiu nos últimos anos como a última fronteira de desenvolvimento técnico aplicado à videocirurgia. A cirurgia robótica nada mais é que videocirurgia assistida por robô. A robótica acrescenta algumas vantagens ao método puramente laparoscópico. Com o sistema robótico, o cirurgião tem visão tridimensional real do campo cirúrgico e seu posicionamento sentado com os braços apoiados lhe confere ótima ergonomia. Os instrumentos de cirurgia robótica foram especialmente desenvolvidos para conferir amplitude de movimentos ao cirurgião semelhante ao da mão humana e podendo atingir rotação de até 360º. A liberdade de movimento das pinças robóticas proporciona um aprendizado rápido e intuitivo. O robô também pode ser ajustado para realizar movimentos com amplitude de escala reduzida o que permite suturas em espaços pequenos com grande desenvoltura. Além disso, elimina tremores conferindo grande precisão de movimentos. Em procedimentos laparoscópicos avançados, existe necessidade frequentemente de grampeadores para controle de grandes vasos. O robô permite suturas com muita rapidez e agilidade o que possibilita o controle de grandes vasos sem uso de grampeadores endoscópicos. O sistema robótico da Vinci permite refinamentos técnicos graças à visualização tridimensional do campo cirúrgico e utilização de instrumentais precisos e com grande amplitude de movimentação que simulam os movimentos da mão humana. A desvantagem atual deste método consiste no custo ainda elevado, mas que tende a ser reduzido com a maior utilização do método. Contribui para isto o fato deste método ter sido implementado na América Latina apenas recentemente, no início de 2008. Nos procedimentos videolaparoscópicos mais simples, como a colecistectomia e o tratamento da doença do refluxo, a cirurgia robótica não acrescenta nenhuma vantagem, visto que estes procedimentos são realizados com muita facilidade pelo método videolaparoscópico convencional. A maior vantagem no emprego da cirurgia robótica é nos procedimentos mais complexos. No campo da cirurgia geral, os procedimentos que mais se beneficiam deste método são as ressecções hepáticas e pancreáticas. Na urologia a prostatectomia radical é, de longe, o procedimento mais empregado, pois a menor incidência de incontinência urinária e impotência sexual. Nos Estados Unidos, cerca de 70% destes procedimentos são hoje realizados com cirurgia robótica. Além disso, a nefrectomia parcial por robô vem ganhando amplo espaço. Na ginecologia, a histerectomia e procedimentos para fertilidade como re-anastomose tubária são facilmente realizadas com o robô. Nós iniciamos o treinamento em agosto de 2008 e pudemos realizar ressecções hepáticas e pancreáticas com o uso do robô. A descrição destas experiências, pioneiras na América Latina, foram publicadas no Brasil (fígado) e exterior (pâncreas).

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